Variação linguística na escola

questões para a educação em comunidades rurais

  • Francimária Bergamo UnB
  • Eloisa Nascimento Pilati Universidade de Brasília
Palavras-chave: comunidade Kalunga, variação linguística, inatismo, ensino, inclusão social

Resumo

Este artigo tem objetivo duplo. O primeiro é discutir questões relacionadas ao ensino da norma padrão na escola juntamente com o ensino de princípios do inatismo linguístico e da variação linguística, principalmente no contexto de escolas de comunidades rurais, em que vivem os quilombolas Kalunga; o segundo é contribuir para a conscientização da situação multilinguística no Brasil e da necessidade de políticas públicas de educação linguística como forma de erradicar o preconceito com os falares rurais, promover a inclusão social do aluno no campo educacional, fazendo com que o discente adquira competência para perceber que o seu falar é parte de sua cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francimária Bergamo, UnB

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília (UnB).Mestrado e Graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp/Assis). Especialização em Comunicação e Cultura pela Universidade de Lisboa (UL) e em Gestão de Políticas Públicas de Cultura pela Universidade de Brasília (UnB). É servidora pública da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Eloisa Nascimento Pilati, Universidade de Brasília

Licenciada e Bacharel em Letras-Português (1998), realizou mestrado e doutorado em Linguística, na Universidade de Brasília (2000-2006) e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology - MIT (2015). Atualmente é professora da Universidade de Brasília, no Departamento de Linguística Português e Línguas Clássicas (LIP), atuando na graduação e na pós-graduação.  Lidera os Grupos de Pesquisa: "O Centro-Oeste na história do Português Brasileiro" e "Novas perspectivas para a língua portuguesa na sala de aula", ambos registrados no CNPq. Desenvolve pesquisas em duas áreas principais: linguística teórica e educação. No campo teórico, investiga a sintaxe da ordem de palavras, ordem verbo-sujeito, sujeitos nulos e fenômenos de concordância nas línguas naturais e, na área educacional, pesquisa temas relacionados a metodologias de ensino de língua portuguesa, neurociências e aprendizagem e uso de materiais concretos no ensino de gramática. Faz parte do Comitê Científico da Revista da Associação Brasileira de Linguística e é pesquisadora produtividade PQ, nível 2, do CNPq. É Pesquisadora Associada da Rede Nacional de Ciência para Educação.   

Referências

BAIOCCHI, D. N. Kalunga: Povo da Terra. Brasília: Ministério de Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 1999.

BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: EDUSP, 1996.

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.

BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Brasília, 2012.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1988.

BRIGHT, W. As dimensões da Sociolinguística. In: FONSECA, M. S. V. & NEVES, M. F. (Orgs.). Sociolinguística. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974.

BRITO, E. G. de. Estigmatização Linguística no Colégio Estadual Elias Jorge Cheim em Cavalcante- GO. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2013.

BRITTO, L. P. L. A Sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas: Mercado de Letras/ABL, 1997.

CAMACHO, R. Norma, ideologia e a teoria da linguagem. Alfa, São Paulo, v.25, p.19-30,1981.

CASEVITZ, M. & CHARPIN, F. A herança greco-latina. In: BAGNO, M. (Org.). Norma Lingüística. São Paulo: Loyola, 2001.

CHOMSKY, N. Lectures on government and binding. Dordrecht: Foris, 1981.

COSERIU, E. Sistema, norma e fala. In: Teoria da linguagem e linguística geral: cinco estudos. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1987.

DIAS, E. P. Análise das variações linguísticas na comunidade Kalunga Vão De Almas. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2015.

FONSECA, M. S. V. & NEVES, M. F. (Orgs.). Sociolinguística. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974.

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1976.

LUCCHESI, D. Variação e norma: elementos para uma caracterização sociolingüística do português do Brasil. Revista Internacional de Língua Portuguesa, 12:17-28, 1994.

LUCCHESI, D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (Orgs). O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009.

LYONS, J. Introdução à Linguística teórica. São Paulo: Ed. Nacional/Ed. da USP,1979.

LABOV, W. Sociolinguistics patterns. Oxford: Basil Blackwell, 1972.

MATTOS e SILVA, R. V. Contradições no ensino de português. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2001.

NASCIMENTO, H. B. Inclusão de educandos de comunidades quilombolas em uma escola urbana. Situação e desafios. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2017.

NAVES, R. R. et al. (orgs.). A construção de palavras e a arquitetura da faculdade da linguagem. Brasília: Link Comunicação e Design, 2015.

NEVES, M. H. M. O uso linguístico e a noção de certo e errado. In: Anais do XLIX Seminário do GEL. [CD-ROM]. Marília, 2002.

OLIVEIRA, G. M. de. (org). Declaração Universal dos Direitos Linguísticos: novas perspectivas em política linguística. Campinas: Mercado de Letras & ALB; Florianópolis: IPOL, 2003.

PADLEY, G. A norma na tradição dos gramáticos. In: BAGNO, M. (Org.). Norma Lingüística. São Paulo: Loyola, 2001.

PALACIN, L. e MORAES, M. A. História de Goiás. Goiânia: UCG, 2001

PALACIN, L. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Oriente; Brasília: Instituto Nacional do Livro,

ª ed ,1979.

UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. 1996. Disponível em: https://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/a_pdf/dec_universal_direitos_linguisticos.pdf Acesso em: 13/07/20.

SILVA, A. L. S. Variações linguísticas da comunidade Tinguizal município de Monte Alegre de Goiás. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2015.

Publicado
2020-09-23
Como Citar
Bergamo, F., & Pilati, E. N. (2020). Variação linguística na escola. Revista Da Defensoria Pública Do Distrito Federal, 2(1), 97-118. https://doi.org/10.29327/2193997.2.1-6