Variação linguística na escola

questões para a educação em comunidades rurais

Autores

  • Francimária Bergamo UnB
  • Eloisa Nascimento Pilati Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.29327/2193997.2.1-6

Palavras-chave:

comunidade Kalunga, variação linguística, inatismo, ensino, inclusão social

Resumo

Este artigo tem objetivo duplo. O primeiro é discutir questões relacionadas ao ensino da norma padrão na escola juntamente com o ensino de princípios do inatismo linguístico e da variação linguística, principalmente no contexto de escolas de comunidades rurais, em que vivem os quilombolas Kalunga; o segundo é contribuir para a conscientização da situação multilinguística no Brasil e da necessidade de políticas públicas de educação linguística como forma de erradicar o preconceito com os falares rurais, promover a inclusão social do aluno no campo educacional, fazendo com que o discente adquira competência para perceber que o seu falar é parte de sua cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francimária Bergamo, UnB

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília (UnB).Mestrado e Graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp/Assis). Especialização em Comunicação e Cultura pela Universidade de Lisboa (UL) e em Gestão de Políticas Públicas de Cultura pela Universidade de Brasília (UnB). É servidora pública da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Eloisa Nascimento Pilati, Universidade de Brasília

Licenciada e Bacharel em Letras-Português (1998), realizou mestrado e doutorado em Linguística, na Universidade de Brasília (2000-2006) e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology - MIT (2015). Atualmente é professora da Universidade de Brasília, no Departamento de Linguística Português e Línguas Clássicas (LIP), atuando na graduação e na pós-graduação.  Lidera os Grupos de Pesquisa: "O Centro-Oeste na história do Português Brasileiro" e "Novas perspectivas para a língua portuguesa na sala de aula", ambos registrados no CNPq. Desenvolve pesquisas em duas áreas principais: linguística teórica e educação. No campo teórico, investiga a sintaxe da ordem de palavras, ordem verbo-sujeito, sujeitos nulos e fenômenos de concordância nas línguas naturais e, na área educacional, pesquisa temas relacionados a metodologias de ensino de língua portuguesa, neurociências e aprendizagem e uso de materiais concretos no ensino de gramática. Faz parte do Comitê Científico da Revista da Associação Brasileira de Linguística e é pesquisadora produtividade PQ, nível 2, do CNPq. É Pesquisadora Associada da Rede Nacional de Ciência para Educação.   

Referências

BAIOCCHI, D. N. Kalunga: Povo da Terra. Brasília: Ministério de Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 1999.

BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: EDUSP, 1996.

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.

BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Brasília, 2012.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1988.

BRIGHT, W. As dimensões da Sociolinguística. In: FONSECA, M. S. V. & NEVES, M. F. (Orgs.). Sociolinguística. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974.

BRITO, E. G. de. Estigmatização Linguística no Colégio Estadual Elias Jorge Cheim em Cavalcante- GO. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2013.

BRITTO, L. P. L. A Sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas: Mercado de Letras/ABL, 1997.

CAMACHO, R. Norma, ideologia e a teoria da linguagem. Alfa, São Paulo, v.25, p.19-30,1981.

CASEVITZ, M. & CHARPIN, F. A herança greco-latina. In: BAGNO, M. (Org.). Norma Lingüística. São Paulo: Loyola, 2001.

CHOMSKY, N. Lectures on government and binding. Dordrecht: Foris, 1981.

COSERIU, E. Sistema, norma e fala. In: Teoria da linguagem e linguística geral: cinco estudos. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1987.

DIAS, E. P. Análise das variações linguísticas na comunidade Kalunga Vão De Almas. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2015.

FONSECA, M. S. V. & NEVES, M. F. (Orgs.). Sociolinguística. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974.

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1976.

LUCCHESI, D. Variação e norma: elementos para uma caracterização sociolingüística do português do Brasil. Revista Internacional de Língua Portuguesa, 12:17-28, 1994.

LUCCHESI, D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (Orgs). O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009.

LYONS, J. Introdução à Linguística teórica. São Paulo: Ed. Nacional/Ed. da USP,1979.

LABOV, W. Sociolinguistics patterns. Oxford: Basil Blackwell, 1972.

MATTOS e SILVA, R. V. Contradições no ensino de português. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2001.

NASCIMENTO, H. B. Inclusão de educandos de comunidades quilombolas em uma escola urbana. Situação e desafios. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2017.

NAVES, R. R. et al. (orgs.). A construção de palavras e a arquitetura da faculdade da linguagem. Brasília: Link Comunicação e Design, 2015.

NEVES, M. H. M. O uso linguístico e a noção de certo e errado. In: Anais do XLIX Seminário do GEL. [CD-ROM]. Marília, 2002.

OLIVEIRA, G. M. de. (org). Declaração Universal dos Direitos Linguísticos: novas perspectivas em política linguística. Campinas: Mercado de Letras & ALB; Florianópolis: IPOL, 2003.

PADLEY, G. A norma na tradição dos gramáticos. In: BAGNO, M. (Org.). Norma Lingüística. São Paulo: Loyola, 2001.

PALACIN, L. e MORAES, M. A. História de Goiás. Goiânia: UCG, 2001

PALACIN, L. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Oriente; Brasília: Instituto Nacional do Livro,

ª ed ,1979.

UNESCO. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. 1996. Disponível em: https://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/a_pdf/dec_universal_direitos_linguisticos.pdf Acesso em: 13/07/20.

SILVA, A. L. S. Variações linguísticas da comunidade Tinguizal município de Monte Alegre de Goiás. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação do Campo). UnB, Planaltina, 2015.

Publicado

23.09.2020

Como Citar

Bergamo, F., & Pilati, E. N. (2020). Variação linguística na escola: questões para a educação em comunidades rurais. Revista Da Defensoria Pública Do Distrito Federal, 2(1), 97–118. https://doi.org/10.29327/2193997.2.1-6