Por onde eu começo?
intérpretes de libras-português na esfera jurídica
DOI:
https://doi.org/10.29327/2193997.2.1-3Palavras-chave:
intérpretes; Libras-Português;, esfera jur´ídica, intérpretes, libras-portuguêsResumo
No início da carreira profissional, intérpretes de Libras-Português que desejam atuar na esfera jurídica deparam-se com uma série de dúvidas e desafios no que diz respeito às decisões que competem a esse profissional. Além disso, raros são os materiais (documentos, notas técnicas, guia de orientações, artigos e outros) que oferecem subsídios eficazes para atuação dos intérpretes de línguas de sinais no meio jurídico brasileiro. Por esse motivo, discutem-se, neste trabalho, algumas contribuições de autores internacionais, como Roberson, Russell e Shaw (2011), Mathers (2007), Russell (2002); e de autores nacionais, como Santos (2016), Santos e Sutton-Spence (2018) e Rodrigues e Santos (2018). A partir de várias experiências na interpretação de Libras-Português realizadas em audiências judiciais e/ou contextos que envolviam o âmbito policial entre o período de 2004 e 2018, reuniram-se, neste texto, alguns obstáculos recorrentes que emergiram dos registros sistematizados em cadernos de anotações das profissionais. Na análise preliminar, constataram-se os seguintes tópicos: as comunidades surdas no Judiciário, diferentes contextos de atuação e terminologia e seus impactos. Esses resultados podem constituir-se como ponto de partida para a profissionalização de intérpretes de Libras-Português, além de incentivarem futuras pesquisas sobre os temas pouco explorados nesse campo.
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